Carta DR Junho 2013

DAVE  ROBERSON

Junho – 2013

Querido Amigo,

A adoração tem dominado o meu espírito nos últimos anos. Deus tem feito muitas mudanças em minha vida através da adoração pessoal; e uma das maiores mudanças foi que passei a conhecê-Lo não só como Deus, mas como meu Pai. Essa é a mudança que todos os crentes precisam experimentar em sua comunhão com Deus – porque Ele realmente é nosso Pai.

Com o passar dos anos, na medida em que meditei na Palavra sobre a adoração pessoal, um versículo em especial se tornou muito importante para mim. Lucas 10:20, no qual Jesus fala com Seus discípulos: Contudo, não vos alegreis porque se vos submetem os espíritos; alegrai-vos antes por estarem os vossos nomes escritos nos céus. Quanto mais eu medito nesse versículo, mais me dou conta da posição terrível em que a humanidade se encontrava antes de Jesus vir à terra.

Através da obra redentora de Jesus na Cruz, Deus pode nos dar a posição justa de Seu Filho; e tudo o que Ele quer que façamos em retribuição é andar neste amor que nos salvou, adorando-O .

Contudo, muitas pessoas andam em um estado de auto-condenação, nunca sentindo que são boas ou dignas o suficiente para receber o dom gratuito da graça que Jesus tornou disponível à toda humanidade. A verdade é que o mais difícil de acreditar é o quão gratuita essa graça realmente é.

Mas não devemos esperar até entrarmos no Céu para conhecer tudo o que Deus disponibilizou para nós enquanto estávamos na terra. Se quisermos libertar nossa alma da “necessidade de agradar a Deus” e da condenação de “não sermos bons o suficiente”, precisamos fazer o que Jesus disse em Lucas 10:20 e dar a Deus o que Ele realmente quer de nós: Nossa comunhão – principalmente em forma de adoração e louvor. Mas é claro que Deus também quer nossa fidelidade. Ele quer que vamos à igreja e encorajemos nossos irmãos, ajudando as pessoas que Ele traz em nossa vida, sujeitando toda nossa vida a Ele. Contudo, muitos de nós tentamos desenvolver um relacionamento com Deus através de obras e trabalhos em vez de entrarmos em Sua Presença e passarmos tempo com Ele em adoração.

Precisamos nos lembrar de que o que não podíamos receber de nenhuma outra forma, Deus nos deu gratuitamente através de Jesus. Portanto, todas as nossas obras – o que fazemos para Ele – devem ser provenientes do conhecimento de que Deus fez o impossível: Ele nos salvou e nos tornou Seus filhos novamente. E, agora, por essa razão, podemos conhecê-Lo através da comunhão com Ele, quando passamos tempo adorando-O. Assim, na medida em que aprendermos a andar com Ele através dessa verdade vital, nossa alma futuramente começará a ver a graça como a base de tudo o que fazemos e de tudo o que recebemos.

As pessoas que tentam construir seu relacionamento com Deus com base nas coisas que fazem para Ele sempre acabam frustradas. Veja, nenhuma pessoa pode libertar sua alma de pensamentos condenadores que impõem a necessidade de merecer o direito de ter comunhão com Deus através de obras. A liberdade da comunhão vem apenas através da entrega – quando cremos que o sangue de Jesus fez o que o sangue de milhares de sacrifícios jamais pode fazer sob a Lei. E se você já aceitou Jesus como seu Senhor e Salvador e nasceu de novo, então você está apto para entrar na Presença de Deus e ter comunhão com Ele a qualquer momento e por quanto tempo quiser.

Com muita frequência as pessoas tentam se purificar da condenação através da produção de mais obras para Deus, e, no entanto, elas geralmente acabam produzindo menos relacionamento com Ele. No fim, essas pessoas passam por uma batalha em sua alma. Por um lado, sua nova natureza quer se aproximar de Deus em amor, e por outro lado, o diabo tenta convencê-las de que não são boas o suficiente para ter comunhão com Deus. Afinal, se elas realmente fossem boas o suficiente, por que estariam atormentadas com sentimentos de condenação e medo?

As pessoas que não entendem a operação do espírito, alma e corpo estão em desvantagem. Quando a condenação opera em suas emoções e tenta lhes dizer que não estão salvas ou que não podem entrar na Presença de Deus, elas não entendem que esses sentimentos NÃO estão vindo de seu espírito nascido de novo. Às vezes, elas até sentem o amor de Deus operando em sua nova natureza; contudo, ao mesmo tempo, também sentem algo guerreando contra suas emoções, dizendo que não são pessoas boas ou dignas. Os que caem nessa armadilha tentam se libertar desses sentimentos com uma longa lista de exigências para serem salvas ou agradar a Deus – é daí que vem a penitência e o asceticismo.

O asceticismo é o “uso de disciplina rigorosa”, principalmente na área da auto-negação. Durante muitos séculos os crentes tentaram se livrar da condenação ao negarem sua carne ou punirem seus corpos através da penitência. Os que se envolvem nesses sistemas de pensamento creem que quanto mais radical o sacrifício, mais agradável suas vidas se tornarão aos olhos de Deus.

Quando digo “sacrifício”, não me refiro ao tipo de sacrifício descrito por Paulo em Romanos 12:1: Rogo-vos pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Neste versículo, Paulo quis dizer que como cristãos, todos somos chamados para sermos sacrifícios vivos. Todos somos chamados para mortificar as obras carnais de nossos corpos e sermos transformados à imagem de Cristo. Devemos dedicar nossas vidas a Deus e usar as chaves espirituais que Ele nos deu através de Sua Palavra, como a oração em línguas, o jejum e a adoração, para renovarmos nossa mente.

As pessoas que estão impressionadas em ciclos de condenação, trabalhando para receber a aprovação de Deus, acham que ser um sacrifício vivo significa negar os desejos da carne para receber o amor de Deus e uma passagem segura ao céu.

Mas, na realidade, uma vez que nascemos de novo, tudo o que precisamos é descansar na graça de Deus, sabendo que nossa salvação é totalmente baseada no que Jesus fez, não na diligência de nossas obras. Não estamos mais condenados debaixo de uma lei de morte e pecado, mas nascemos de novo sob a lei do Espírito e vida com a própria natureza de Deus vivendo dentro de nós e, portanto, escolhemos apresentar nosso corpo como sacrifício vivo ao mortificarmos – não negarmos – nossos desejos carnais.

O triste é que quando uma pessoa se apega a uma vida de obras como forma de salvação, relacionamento e liberdade, sempre haverá algo mais a fazer, a dar ou a negar. Isso porque, no natural, ninguém pode jamais ganhar a graça, o amor e a paz que busca.

As tentativas humanas de atingir Deus nunca nos levarão a um relacionamento com nosso Pai que podemos ter quando simplesmente levantamos nossas mãos e O adoramos! Deus fez o impossível. Ele nos salvou. E já que a salvação é cem por cento imerecível, Jesus recomendou sabiamente que nos regozijássemos, “pois nosso nome está escrito no Céu”.

O diabo não quer que recebamos a revelação dessa simples mensagem. Ele prefere que tentemos manter um relacionamento limitado com Deus, com base em nossas próprias obras, tentando merecer o que Deus disponibilizou livremente para nós. É com muita frequência que tentamos manter um relacionamento com Deus da mesma forma que mantemos nossas responsabilidades ou nosso emprego. Mas não somos funcionários de Deus; somos Seus filhos – Seus herdeiros!

Se você fosse meu filho e trabalhasse para mim, como seu chefe, eu seria agradecido pelo seu trabalho diligente e fiel. Mas como seu pai, eu sentiria mais do que gratidão. Eu desejaria ser convidado à sua casa para ter comunhão com você e convidaria você à minha casa também. Ver você todos os dias no trabalho não seria suficiente. Se você fosse meu filho, eu desejaria ter um relacionamento mais profundo do que somente profissional, e a nossa troca diária seria mais baseada na comunhão e em um relacionamento verdadeiro do que em obras.

Pense em um homem que trabalha fielmente todos os dias de sua vida, mas que nunca passou tempo com seu chefe. Com o passar dos anos, ele cumprimenta seu chefe educadamente, reconhecendo sua autoridade. Mas se o chefe o chamar em seu escritório e olhar em seus olhos, o funcionário não saberá como reagir. Ele não se sentirá à vontade, pois nenhum relacionamento foi desenvolvido entre eles.

Quando o relacionamento de uma pessoa com Deus é baseado nas obras e sacrifícios que ela fez e não na graça que tornou o relacionamento possível ou na comunhão que ela tem com Deus, ela terá dificuldade em adorá-Lo. Ela se sentirá tão desconfortável como um funcionário que senta ao lado de um chefe que não conhece. É por isso que a adoração pessoal é tão importante para transformar o relacionamento de um crente com Deus, pois ninguém pode passar horas adorando-O sem conhecer melhor Sua natureza, Sua mente e Seu coração. E, futuramente, quanto mais tempo um crente passar em adoração, menos ele tentará receber de Deus com base em suas obras e mais ele começará a receber de Deus com base apenas em sua fé no Pai.

Contudo, por favor, saiba que não quero dizer que devamos parar de servir ou trabalhar para Deus. É claro que é preciso servir a Deus fielmente. Ofereça seus talentos e utilize todas as habilidades que você possui para promover o Seu reino na terra. E na medida em que Ele o instruir em seu coração, doe-se ao Evangelho. No entanto, NÃO baseie seu relacionamento ou ponha sua fé nessas obras. Deus tem prazer em sua obediência, contudo, seu relacionamento com Ele e sua fé Nele não são baseadas no que você faz para Deus, mas, sim, no que Ele fez por VOCÊ.

Deixe-me lhe dizer o que eu faria se quisesse ter um relacionamento mais íntimo com Deus, que não estivesse em sujeição às minhas circunstâncias, habilidades ou limitações. Em primeiro lugar, eu encontraria um lugar privado para passar tempo com Ele. Então, eu entraria em Sua Presença e diria, “Senhor, quero ter comunhão com Você e adorá-Lo como meu Pai. Quero apenas dizer-lhe o quanto O amo e o quanto sou agradecido”. Eu usaria um tempo para louvar a Deus, pois meu nome está escrito no Céu. Eu Lhe diria o quão agradecido sou por Suas promessas e provisão em minha vida.

Quando você começar a tomar os primeiros passos na adoração pessoal, talvez pareça que você esteja sozinho em um longo túnel, gritando, “Tem alguém aí?” Talvez você se sinta sem jeito ou envergonhado. Ou talvez pareça que você está falando sozinho. Mas independente do que você sinta, NÃO DESISTA. Lembre que o sangue de Jesus comprou o direito para você entrar na Presença do Pai e a sua nova natureza possibilita a sua adoração a Deus em espírito e em verdade.

A adoração tem o incrível efeito de purificação da alma. Ela ajuda a derrubar os bloqueios de condenação, medo e toda fortaleza que se põe entre você e Deus. Todas as vezes que você se puser diante Dele em adoração, você colocará suas emoções, pensamentos e crenças sob sujeição ao poder da Presença purificadora de Deus. Ela o ajudará a preencher seu ser com a confiança e fé na Sua Palavra.

Você não precisa viver em um ciclo de condenação e derrota. A adoração operará na parte da sua alma de onde vêm esses pensamentos negativos e de incredulidade.

Se você ainda não se estabeleceu em uma rotina de adoração, deixe-me encorajá-lo a começar a passar pelo menos quinze minutos por dia adorando a Deus. Passe esse tempo em comunhão com Ele, louvando-O pela Sua bondade em sua vida. Não existem regras para passar tempo com seu Pai em adoração. Então, se você não souber o que dizer, apenas abra seu coração para Ele e adore-O pelo que a Palavra diz sobre quem Ele é e SAIBA que Ele terá prazer em cada momento que você Lhe der em adoração.

Prepare-se para o que vai acontecer quando você começar a adorar a Deus. Seu momento de adoração aumentará na medida em que sua fome pela Sua Presença crescer e você descobrirá um relacionamento com seu Pai que você nunca imaginou ser possível. Você ficará muito feliz por ter dado esse passo na adoração pessoal – eu lhe garanto!

Seu amigo e colaborador

DAVE  ROBERSON

 

P.S.: Como você deve saber, Oklahoma, o estado onde moro nos Estados Unidos recentemente sofreu grandes perdas resultantes de desastres naturais, tempestades e tornados. Há famílias angustiadas por toda a parte que precisam de nosso amor e apoio. Por favor, una-se a mim em oração pela cura e restauração de todos afetados por esses danos e perdas; e peço também que você continue orando conosco contra esses tipos de catástrofes.

Author: Dave Roberson

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