Carta DR Setembro 2014
DAVE ROBERSON
Setembro – 2014
Querido Amigo,
Existem coisas na vida que só vêm com o tempo e a experiência – coisas que não somos capazes ou que não estamos dispostos a aprender até que estejamos prontos para ouvir. Os momentos que Deus me permitiu ver a mim mesmo através de Seus olhos sempre foram os mais difíceis, pois foram momentos de mudança. No entanto, com o passar dos anos, vi os meus objetivos mudarem e descobri o quão forte o amor de Deus realmente é. Também cheguei a perceber que o medo e o tormento são forças tão destrutivas que podem ser classificadas como a mão direita e esquerda do diabo.
Geralmente, as pessoas não sabem como andar livres de medo e tormento porque foram condicionadas a eles. Elas são como um elefante bebê amarrado a um poste quando nasce em cativeiro. Enquanto pequeno, ele tenta se livrar da corda, mas não consegue. Finalmente, ele desiste. Quando aquele elefante cresce e desenvolve suas toneladas de músculo, ele ainda é incapaz de quebrar a corda; não que não tenha a força necessária para rompê-la: o problema é a fortaleza que está em sua mente. Ele não entende que PODE FICAR LIVRE! Tudo o que ele conhece é o cativeiro, e a corda que o prendia quando bebê ainda o prende em sua mente. É assim que muitos de nós somos quando se trata das bênçãos de Deus. Temos fortalezas construídas em nossa mente que, de alguma forma, limitam o quanto somos abençoados.
O primeiro nível de engano é quando Satanás nos convence de que nosso problema é natural, baseado em um emprego, na economia ou no que nos cerca; e não algo espiritual. Ao fazer isso, o diabo consegue nos convencer de que a Palavra funciona, mas apenas se as condições estiverem certas. Assim, em vez de olharmos para o problema como se fosse espiritual, vemos um problema natural. Deixamos de ver que é preciso derrubar as fortalezas em nossa mente, para substituí-las por fortalezas divinas, fundadas na Palavra de Deus.
Nosso inimigo, Satanás, é um mestre no engano; não somos os únicos crentes no Corpo de Cristo a sermos afetados desta maneira. O fato é que parece muito improvável crer que a verdadeira prisão está na maneira em que pensamos. Livrar-nos dos problemas apenas por mudar nosso modo de pensar parece muito absurdo, muito simples. Até posso ouvir o diabo dizendo, “Você só pode ser burro para acreditar que seu problema é simples assim! Olhe ao seu redor; as coisas estão ruins!”
Não seja enganado pelo diabo. Jesus disse em Marcos 9:23: Tudo é possível ao que crê. Se você mudar o modo como pensa, pode mudar o modo como crê. Se você me permitir, posso ajudar-lhe a aprender como derrubar as fortalezas nesta área do pensamento, substituindo-as com a maneira com a qual Deus crê.
Primeiramente, não podemos ser tolos, pensando que estas fortalezas não existem. Segunda Coríntios 10:3-5 diz:
Porque, andando na carne, não militamos segundo a carne.
Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas;
Destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo;
No versículo 4, está escrito que essas fortalezas (prisões) são tão poderosas que são necessárias ARMAS DE DEUS para derrubá-las. Antes eu me perguntava que tipo de prisão podia ser tão forte para que apenas uma arma de Deus pudesse derrubá-la. Mas, não tive que ir muito longe para encontrar minha resposta. O versículo 5 diz:
Destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus…
Em sua definição mais básica, uma fortaleza é o modo como uma pessoa pensa; é um ensino, uma circunstância, uma maneira de viver tão forte que se torna parte dela e vice-versa. É fácil entender as fortalezas quando se trata das obras de Satanás, mas o oposto também acontece no que diz respeito às bênçãos de Deus. Jesus disse em João 15:7: Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito. Trata-se do mesmo princípio, no entanto, desta vez, a fortaleza é de fé! Contudo, para destruirmos os conselhos (fortalezas), precisamos perceber que um conselho consiste em muito mais do que apenas a maneira com que pensamos. Ele é, na realidade, um sistema de pensamentos que formou raiz em nossa alma e usa seu poder para nos impedir de superar as emoções.
Conheci um ministro que já foi para a casa do Senhor. Ele era um homem sincero que amava a Deus e as pessoas. Ele tinha um bom ministério, mas notei pelos seus comentários que ele tinha um problema em dar. Mais tarde, fiquei sabendo que ele sofreu bastante durante a Crise de 1929, tanto que esta experiência deixou uma fortaleza em sua vida. Sempre que o assunto de dar aparecia, suas emoções, que nasceram durante aqueles anos terríveis de falta, se levantavam e o dominavam com uma força tão grande que sua atitude negativa se manifestava visivelmente. Aliás, parecia que ele estava diante de uma parede invisível ao entrar em pânico só de pensar em dar o dinheiro que havia se tornado sua segurança.
Seu raciocínio com respeito a dar funcionava da seguinte forma, “As pessoas dão para o meu ministério a fim de continuar a obra do Reino de Deus, então, por que eu deveria dar para outro ministério o dinheiro que Deus me deu?” Embora na época eu não soubesse o tanto que sei hoje, sabia que quando se trata de destruir conselhos, não é apenas o raciocínio que precisa mudar, mas também as emoções da alma.
Hoje em dia, a psicologia tem um nome para quase todas as condições espirituais das quais as pessoas sofrem, principalmente para as que não conhecem Jesus e, em muitos casos, para as que O conhecem também. Quando elas têm problemas profundamente enraizados, a psicologia talvez não tenha a solução, mas os categoriza, como: claustrofobia, “medo de lugares fechados”; hematofobia, “pânico de sangue”; aracnofobia, “medo de aranhas”; etc.
Com respeito aos crentes, Jesus pagou o preço por todos esses medos e tormentos, desde a menor disfunção até a fortaleza mais controladora. Quando uma destas existe na vida de um crente, Paulo deixou claro que ela precisa ser derrubada; todo pensamento deve ser levado cativo à obediência de Cristo.
Se um crente sofre de depressão trazida pelas circunstâncias, ou porque a vida o maltratou de tal forma que o que resta é uma forte sensação de sobrevivência, ou por sofrer falta no passado, ele se apega ao que tem mais valor em sua vida, ou quando um medo ou tormento se torna uma fortaleza, essa fortaleza pode ser vista como um recipiente ou tanque das emoções.
Por exemplo, quando as circunstâncias ao redor daquela pessoa começam a ameaçar a fortaleza, como estar em um culto onde há ofertas, aquelas emoções explodem do recipiente com muita força. Um mecanismo de defesa se levanta entre o crente e dar. Este mecanismo o leva ao ponto de raiva, na medida em que suas emoções o sujeitam à fortaleza e o impedem de dar. Embora um crente que esteja sob este tipo de prisão creia na Palavra e saiba o que Deus diz sobre dar, ele ainda é incapaz de controlar suas emoções. Talvez ele realmente queira dar, mas não consegue fazê-lo sem que uma guerra emocional seja travada.
O mesmo acontece com a falta de perdão. Algumas pessoas não conseguem se livrar de mágoas. A razão pela qual algo como isto é chamado de fortaleza ou prisão é porque tem o poder de manter a pessoa encarcerada, impedindo-a de receber as bênçãos e paz de Deus!
É difícil dizer quantas pessoas têm este tipo de batalha todos os dias. Foi tirado delas o direito de viver na paz Deus, pois não são capazes de fluir livremente com o Seu Espírito. Toda vez que o Espírito Santo começa a impeli-las a dar um passo na fé, sendo guiadas pela verdade em vez das emoções, Ele se depara com suas fortalezas emocionais. Então, Ele fica impedido de movê-las para frente em seu andar espiritual, pois elas não conseguem obedecê-Lo.
Quando uma pessoa se encontra em uma guerra entre seu próprio espírito (onde a natureza de Deus mora) e sua carne, uma parte quer obedecer a seu espírito e a outra, não. Se ela nunca fizer nada para fortalecer a parte que quer obedecer e nunca mortificar a parte que não quer, ela jamais vencerá. Acredite em mim, Satanás sempre aproveitará toda a oportunidade que tem para que isso aconteça.
Para derrubar este tipo de fortaleza, a pessoa precisa fortalecer a sua parte que quer obedecer e atacar a que não quer. Como? Ainda bem que Deus nos deu armas poderosas Nele para destruir estas fortalezas! A arma mais importante que Deus nos deu é a terceira Pessoa da Trindade vivendo dentro de nós. Além disso, o Espírito Santo também nos equipou com outra arma vital – uma linguagem sobrenatural. Esta língua é um dom que nos edifica acima de um âmbito carnal onde nossos sentidos naturais dominam. Quando empregamos este dom, orando em línguas, o Espírito Santo começa o processo de purificação de toda “altivez” que se levanta contra o plano de Deus para nossa vida.
O Espírito Santo começa uma obra de discernir os pensamentos e intenções do nosso coração, expondo e arrancando pela raiz os sistemas de pensamento e fortalezas da alma que nos fazem fracassar. Na medida em que continuamos a orar em línguas para edificação pessoal, Ele derruba qualquer fortaleza da alma que não tenha sido construída pela Palavra de Deus. Ao mesmo tempo, Ele constrói fortalezas divinas em nós, transferindo revelação da Palavra de Deus para nos amadurecer e nos edificar cada vez mais alto Nele.
A palavra de Deus é uma espada de dois gumes que penetra até a divisão da alma e do espírito (Hebreus 4:12). Ela é o único agente qualificado para distinguir entre a alma e o espírito. E neste processo de purificação, que abrange todos os âmbitos da alma e do espírito, ela é o único padrão que pode ser confiado.
Assim, além de orar em línguas, é essencial que uma pessoa que esteja superando uma fortaleza aprenda como ministrar para sua própria alma com a Palavra de Deus. Ela precisa sujeitar seus sentidos e emoções à Palavra que declara a verdade de Deus sobre a situação, até que tudo tenha mudado e o controle das emoções tenha dado lugar a uma sensação de paz e obediência.
Uma das formas mais poderosas de ministrar para a sua própria alma e se preparar para receber de Deus é adorá-Lo através da Palavra que você armazenou no seu coração. É por isso que Efésios 5:17-20 diz:
Por isso não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor.
E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito;
Falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração;
Dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo;
A razão pela qual Paulo usou esta comparação, E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito; foi porque estava tentando mostrar que da mesma forma que o raciocínio e as emoções de uma pessoa podem ser afetados pelo álcool, seu raciocínio e emoções também podem ser afetados por ser cheio do Espírito Santo.
Um alcoólatra bebe para fugir de seus problemas e circunstâncias da vida. Ele acha que está no controle ao manter seus sentimentos atormentados – suas fortalezas – sedados pelo álcool. Contudo, sem o álcool, uma guerra emocional explodirá. Ele é completamente dependente do álcool para controlar suas emoções e conseguir viver.
Paulo nos diz em Efésios 5:19,20 que da mesma forma que um alcoólatra se sujeita completamente aos efeitos sedativos do álcool, também podemos nos sujeitar completamente ao poder do Espírito Santo. Precisamos nos tornar cheios do poder do Espírito se fizermos o seguinte:
falando entre vós em salmos, hinos, e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração, sempre dando graças por tudo a Deus, o Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo,
Um estilo de vida de oração em línguas e adoração a Deus com a Sua Palavra são as duas chaves que podemos usar para recebermos a força para obedecer à Sua liderança. Fazemos isso para que Ele possa se levantar em nosso raciocínio e emoções. Podemos ficar tão cheios da maneira com que Ele pensa que começaremos a crer na verdade de Deus mais do que nos nossos sentimentos fortes, o que libera o Espírito Santo para derrubar toda fortaleza, nos permitindo fluir nas bênçãos de Deus.
Ao saber disto, não importa o quão hostis nossas emoções estejam, ou quão alto nossos sentidos gritem, precisamos escolher não sermos movidos pelo que vemos, ouvimos ou sentimos. Precisamos levar o nosso homem natural à sujeição da Palavra de Deus até sermos cheios do Espírito.
Voltando ao meu primeiro exemplo, se eu tivesse uma fortaleza contra dar como aquele ministro que passou pela Crise de 1929, eu começaria a lutar contra ela, passando pelo menos meia hora por dia levantando os braços e ministrando para a minha própria alma, confessando que estou livre. Eu adoraria a Deus e O louvaria repetidas vezes, dizendo, “Jesus, Você é meu Provedor. Te louvo e Te adoro. Você supriu todas as minhas necessidades de acordo com as Suas riquezas em glória. Estou livre de necessidades. Confesso que estou livre da prisão do medo e sobrevivência! Jesus, confesso que consigo dar, pois fui feito na Sua imagem. Pela sua graça consigo dar. Obrigado, Jesus, pela Sua graça”.
Independentemente das minhas experiências no passado, eu encontraria versículos que descrevem a vitória sobre o meu problema e os transformaria em cânticos espirituais, ministrando a Deus com eles em meu quarto de oração. Em uma situação como essa, não demoraria para Jesus se tornar na vida do crente exatamente aquilo que ele confessa e CRÊ que Jesus é para ele.
Lembre-se: você não precisa viver uma vida de medo e tormento. Você não precisa deixar que experiências da vida, circunstâncias e fortalezas limitem a sua capacidade de receber de Deus. Você pode mudar a sua perspectiva e circunstâncias, ministrando para a sua alma. Jesus disse: Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres (João 8:36), e Ele verdadeiramente LIBERTOU VOCÊ!
Seu amigo e colaborador
DAVE ROBERSON