Carta AMD Dezembro 2014

Amado(a) Irmão(a),

Na carta deste mês, vamos analisar, baseados na Palavra de Deus, como operam o espírito, a alma e o corpo. Comecemos com a leitura de I Tessalonicenses 5:23:

         O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.

Perceba que somos formados por um conjunto de três partes: espírito, alma e corpo. O corpo não tem mente nem vontade, ele só responde ao que lhe é dito para fazer; é um veículo que age no natural. Observe como a ordem está listada no versículo: primeiramente o espírito, depois a alma e, por último, o corpo.

A alma está entre o corpo e o espírito e pode ser comparada a um “filtro”. Veja: quando a alma controla o corpo você tem problemas, já quando é o espírito que o controla, você consegue rapidamente eliminar qualquer problema. No dia a dia, as pessoas têm hábitos ruins, como fumar, beber, além de compulsão por comida, a compulsão sexual, a dependência de drogas, o excesso de TV. Tudo isso se deve ao domínio da alma.

Os atributos da alma são a mente, a vontade própria e as emoções. Eles nos trazem problemas sempre que permitimos que controlem nossa vida. Quando confiamos na alma, os vícios são alimentados e permanecem em nós. Saiba que todo e qualquer vício pode ser quebrado quando confiamos mais no espírito do que na alma, até o ponto de o espírito ultrapassar a alma para dominar o corpo. Na verdade, os cristãos têm mais problemas com a alma do que com o pecado. É necessário deixar que a nova natureza, ou seja, a natureza de Deus, que habita em nós, novas criaturas, domine nossa alma.

Quando nascemos já começamos a ser treinados a responder ao natural, pois nascemos com a natureza do pecado, sem a natureza de Deus dentro de nós para governar a alma. É por isso que a alma tem tanto controle em nossas vidas.

Ao nascermos de novo, acontece uma mudança interna repentina e a alma passa a ter contato com a Vida. Perceba que a alma não mudou, ela ainda tem a natureza morta e só aprendeu a lidar com as coisas naturais, mas agora ela tem que se submeter ao espírito. Algumas áreas serão controladas facilmente, entretanto, outras não vão querer se render à autoridade de maneira alguma: a guerra vai ser constante. É preciso ser espiritualmente mais forte para que a alma se renda.

Desde crianças, somos controlados pela alma e ignoramos o espírito, e é isso que faz com que a mente seja um campo de batalha. O que acontece é: existe algo dentro de nós que está contra nós mesmos. É essa situação que causa depressão em muitos cristãos, porque não crescem espiritualmente e não conseguem vencer essa área. Basicamente, a alma continua predominando.

Não venceremos o espírito maligno apenas com força de vontade, mas sim com a força espiritual da nossa nova natureza. Quando nascemos de novo, aproximamo-nos da divindade de Deus, que tem o poder de ter controle em nossas decisões. E é esse o mesmo princípio usado para crer em Deus e também em Suas promessas.

O corpo representa o natural. Tudo o que se aprende começa no natural. Por exemplo, ao ouvir um sermão na igreja, as palavras passam do ouvido físico para a mente, onde você as entende. Você sabe o significado daquelas palavras, então, a sua alma vai analisá-las e julgar se têm sentido para ela ou não. A mensagem acaba sendo comparada ao que está em você: se a Palavra pregada não faz sentido para a alma acaba por não causar efeito algum.

Por outro lado, o espírito só aceita a Verdade e cresce por meio dela. Sem a Verdade, o espírito fica fraco. A natureza de Deus e a Verdade são inseparáveis. Pois bem, muitos não crescem espiritualmente por não aplicarem a Verdade em suas vidas e permitirem que a própria alma dite a sua doutrina. Muitas vezes, a doutrina da alma até parece ser a Verdade, mas não se engane: não é.

A Verdade pode mudar nossos desejos. E é por isso que devemos orar bastante em línguas: o Espírito Santo ultrapassa nossa alma e fala diretamente ao nosso espírito. Com essa prática, a alma não tem como filtrar ou reter a Verdade. O espírito vai crescer e ficar mais forte do que a alma. E é justamente por isso que muitos rejeitam orar em línguas: o aprendizado começa no natural e a alma rejeita essa prática. A menos que se descarte o que a alma diz e se passe a orar em línguas, a alma continuará vencendo o espírito.

Mas se passarmos um tempo, todos os dias, orando em línguas, aí, sim, o Espírito Santo vai prover tudo o que essa oração tem. E até mesmo os que creem na oração em línguas, se entenderem melhor o que essa prática produz, vão poder receber muito mais do Espírito Santo. O conselho é: apegue-se à Palavra e rejeite tudo o que a sua alma diz; ore em línguas e veja o seu espírito ascendendo sobre sua alma. O resultado vai aparecer em sua vida e será o reflexo do agir de Deus. Veja o que diz I Coríntios 14:14:

         Porque, se eu orar em outra língua, o meu espírito ora de fato, mas a minha mente fica infrutífera.

Ao oramos em línguas, o espírito dá instrução para o corpo. Paulo explica bem isso em Romanos 2:14-15:

         Quando, pois, os gentios, que não têm lei, procedem, por natureza, de conformidade com a lei, não tendo lei, servem eles de lei para si mesmos. Estes mostram a norma da lei gravada no seu coração, testemunhando-lhes também a consciência e os seus pensamentos, mutuamente acusando-se ou defendendo-se.

O que Paulo está dizendo no versículo acima é que os gentios não tinham a Lei, mas a consciência os acusava. Já o novo nascimento conscientiza do que Deus quer ou não, isso porque a alma está recebendo instruções da nova natureza e, assim, pode escolher fazer isso ou aquilo, ou seja, pode escolher como viver.

Precisamos ter consciência de que tudo o que colocamos para dentro do nosso corpo causa algum efeito, por exemplo, a bebida, a pornografia, as drogas, entre outras coisas. A alma interpreta aquilo como um prazer ou não. Entenda que isso não é coisa do espírito e, sim, da alma. Ela recebe essas coisas como um desejo e é aí que entra o processo da decisão (quando a pessoa decide se vai continuar ou não com essas práticas: é dessa maneira que qualquer vício entra no corpo  ― o de fumar, beber, roer unhas etc.).

Então, ao nascer de novo, o seu espírito sabe que você não precisa ser dominado pelo vício, porque o espírito é nascido de Deus e Ele não tem isso. Dessa forma, o seu espírito acaba por não entender por que você tem esses vícios e começa a mandar um sinal de PARE COM ISSO! E sua alma responde: Ei, quem é você? Por que você apareceu querendo dizer o que devo fazer? Eu, alma, é que vou lhe dizer o que fazer. Deixe-me decidir tudo e fique aí sentado me ouvindo.

É assim que começa a guerra espiritual dentro de nós. O espírito se levanta com a Palavra de Deus e a alma não aceita e a rejeita. A alma quer os prazeres carnais e dá os comandos para o corpo, já que o corpo não tem vontade: o corpo apenas obedece. Se o espírito está fortalecido, ele pode ordenar que o corpo não obedeça à alma. O corpo obedece quem está no comando.

A nova natureza tenta tomar o controle, mas a alma se rebela e diz: Eu vou continuar fazendo isso. E é assim que se levanta aquela culpa lá dentro: isso acontece quando a alma ainda está mais forte que o espírito. Entenda: você nasceu de novo e essa natureza que é de Deus deveria ser mais forte do que a sua vontade. Entretanto, como a sua alma ainda está no controle das decisões, ela é mais forte. Isso só mudará quando algo em seu espírito der um basta. Por exemplo, quem tem que dar um basta na preguiça de orar é o espírito. Assim, quando o espírito ficar mais forte do que a alma, em qualquer área, o problema acaba.

Perceba que não é que Deus ajuda mais uma pessoa do que outra, mas, sim, que a alma é mais forte em certas áreas em algumas pessoas do que em outras. Os hábitos, comportamentos, vícios vão se submeter à nova natureza quando fortalecermos nosso espírito, sobrepujando a alma.

Esse processo se aplica também àquilo que se crê. Por exemplo, quando somos ensinados a crer em doutrinas erradas, como as que pregam que Deus vai nos curar apenas quando Ele quiser, sendo que não é isso que a Bíblia diz. Neste caso, a alma ainda está no controle do que você crê, no caso do exemplo, a cura.

Quando o espírito ficar forte na doutrina da cura, você não vai mais fazer perguntas como: Por que Deus não curou? Isso porque você passa a entender no nível espiritual, conforme vemos em I Coríntios 2:13-14:

         Disto também falamos, não em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo Espírito, conferindo coisas espirituais com espirituais. Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.

Esse é o motivo de as pessoas não conseguirem receber de Deus o que precisam, como curas, provisão financeira, paz e tudo o mais. O que se levanta na mente é o que se tende a crer, é aquilo que vem das emoções que acaba sendo uma doutrina. A alma reage assim: se o ensino que recebo me faz sentir bem, então eu o aceito, do contrário, eu o descarto.

Se eu lhe digo para passar tempo com Deus para crescer espiritualmente, você pode não aceitar, pois isso exige esforço da sua parte (e não é bem isso o que você quer para sua vida: o que lhe traz mais prazer é jogar tênis, assistir a uma partida de futebol, cuidar do jardim da sua casa, ficar na internet…). Saiba que tudo o que se levanta em sua mente tem uma emoção aceitável e é o que você tende a crer: e é daí que saem as falsas doutrinas. Todo cristão que sai do Caminho da Verdade não vai concordar com você, aliás, vai incentivar você a não ir adiante porque estão convencidos que estão certos.

Com certeza, não há ninguém melhor que o Espírito Santo para lhe proteger dos ensinos errados e do domínio da alma. Procure orar mais em línguas no seu dia a dia e o melhor virá para sua vida. Você vai poder julgar todas as coisas à luz da Palavra, que é fiel! Problemas antigos vão ser resolvidos e muitas mudanças vão acontecer em você. Confie no Espírito Santo e passe um bom tempo com Ele orando em línguas.

         Graça e Paz,

Ana Maria Dias

Author: Ana Maria Dias

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